O melhor 13/12 até hoje!

Eu e o Alex não comemoramos aniversário de namoro, e sim da data em que a gente se conheceu, que foi 13/12/2008. Dessa vez, nosso dia 13 foi um dia intenso de comemorações e atividades desde a meia noite do sábado até à meia noite do domingo!

Fazia um tempão que eu queria tirar uma foto nossa na Tower Bridge, basicamente uma versão de uma foto que eu já tinha feito antes e amo, só que com nós dois no meio! Como ele ia voltar da biblioteca as 22:30 e passar por ali, nos encontramos as 23 na Tower Bridge, e tipo… Vamos concordar que um aniversário de namoro que começa na Tower Bridge não tem como não ser maravilhoso né?!

Aí expliquei pra ele como queria a foto e lá fomos nós ficar beeem paradinhos pra ficarmos focados na longa exposição, e apesar de ficar com uma certa vergonha do nível de breguice envolvido, eu achava mais provável de dar certo com a gente se beijando do que com a gente olhando pra câmera (e tinha razão, porque tentamos dos dois jeitos e a do beijo ficou bem melhor!). O Alex mesmo tava morto de vergonha e, to add insult to injury, várias gurias que passavam soltavam bem alto um “awnnnn you guys are so cuuuuute” hahahaha mas aí foi super gostoso, porque estragamos algumas das tentativas de tanto que caímos na gargalhada no meio do beijo, ficando totalmente fora de foco, até que a última tentativa ficou EXATAMENTE como eu queria!

  
  
Aí aconteceu um negocio bizarro que certamente vamos nos lembrar pra sempre: logo depois de virar a meia noite, nos abraçamos, desejamos happy anniversary, brincamos que jamais imaginamos que estaríamos ali 7 anos depois e tals… estávamos ainda rindo, fazendo piada, atravessando a ponte a caminho de casa quando vi uma mulher tentando subir na proteção lateral. Imediatamente lembrei de um documentário que assistimos na faculdade durante as aulas de Psiquiatria, chamado The Bridge, que filmou a Golden Gate Bridge por um ano e mostrou não só a hesitação, as tentativas de ajuda dos passantes, as quedas, mas também conversou com familiares e amigos das vítimas e inclusive com algumas pessoas que se jogaram e sobreviveram à queda. Aquilo me deixou muito impressionada por semanas a fio, a gente aprende, lê, estuda, mas ver de uma maneira tão gráfica e pessoal colocou tudo em perspectiva pra mim. Então quando vi a mulher subindo, claramente alcoolizada, parei, segurei o punho dela e disse pra voltar pra calçada, que ela precisava de ajuda. Aí nem me lembro mais com muitos detalhes, mas acabou que fui falando com ela e pedi pro Alex ir chamar a segurança da ponte é uma ambulância. Nesse meio tempo tentei conversar com ela, que obviamente não queria conversa nenhuma e só repetia que queria acabar com tudo. Ela me respondeu qual era o nome dela, mas nada mais. Só consegui distraí-la quando comecei a contar de mim, que sou brasileira, moro aqui há 10 meses etc. Aí ela me contou que era londrina, tinha morado aqui a vida inteira, tinha 44 anos e morava aqui por perto mas por pouco tempo, porque seria despejada em janeiro. Nisso o Alex voltou e ainda tivemos que segurá-la mais umas vezes (ela continuava voltando pro beiral) até que o segurança chegasse, e ficamos ali até que a polícia e ambulância chegassem também. Nessa hora, ela sentou na calçada e aí viemos pra casa. Não sei se ela de fato faria, mas a primeira coisa que a gente aprende é que ideias suicidas devem sempre ser levadas a sério, porque é impossível distinguir ou prever quem vai de fato executá-las. Então ficamos felizes porque ela ia receber ajuda, provavelmente receber acompanhamento e enfim… Mais uma experiência que por mais adversa que tenha sido nos uniu, como tantas outras até agora.

Acordei no dia seguinte com uma foto no WhatsApp do MEGA café da manhã inglês que o Alex tava preparando na cozinha. Eu tinha tirado um sarro da cara dele no dia anterior que era suuuper romântico um café da manhã gordurento desses, mas aí ele comprou hash browns, que são uns bolinhos de batata tipo rösti que eu amoooo, e me mandou a foto do pacotinho que ele tinha saído pra comprar antes de eu sair da cama dizendo “absolutely romantic!”.
  
Aí começamos a peregrinação até White Hart Lane pra ver o jogo do Tottenham. Batemos um papo com um casal israelense na ida, e chegando lá fomos beber umas no pub que é um sarro, a atmosfera é muito massa porque os torcedores dos Spurs realmente são fiéis, da vida inteira, que provavelmente vão ali no mesmo pub antes do jogo desde a infância! Então rolam várias musiquinhas de grito de guerra e o maior clima de camaradagem. Meio overwhelming de tão cheio, mas é só por um tempinho curto até todo mundo ir se encaminhando pro estádio, então não tem tempo ruim.
    
   

A experiência no estádio em si é um espetáculo à parte, tudo super organizado e seguro. Bebida alcoólica só pode no intervalo, mas se quiser pode levar chá pro assento (HAHAHA 🇬🇧), e em geral é um clima bem família.

   

  

  

  

  

   

Confesso que prestei mais atenção num gurizinho de uns 6 anos que tava do nosso lado do que no próprio jogo! A parte mais genial de ter filhos deve ser ficar observando as reações deles ao mundo né?! Fiquei olhando o guri e achando tudo um sarro, o olhão esbugalhado quando a torcida adversária começou a fazer mais barulho que a nossa, os comentários que ele cutucava o pai pra fazer, a hora que se encheu o saco e resolveu folhear o programa oficial e que ver as fotos dos jogadores era mais interessante do que ver os próprios em campo. Hahahaha mas enfim, ainda bem que eles saíram uns 8 minutos antes de o jogo acabar, porque pelo menos o gurizinho não viu o gol de virada do Newcastle!

     

Mas não acabou!!! Depois do jogo fomos espertamente pro pub beber mais uma enquanto a maioria dos torcedores se apertava no trem, e fomos confortavelmente sentados no trem seguinte. Milagrosamente ainda consegui encaixar uma soneca de 10 minutos antes de me arrumar pra ir jantar fora! Hahaha aproveitamento de tempo 100%!
O restaurante em si é simples e aqui perto de casa, mas a atração principal é que ele tem uma das melhores vistas de Londres! Tower of London e Tower Bridge de camarote enquanto conversamos sobre a vida? YES PLEASE!

    

Ficamos lá até sermos os últimos a sair do lugar e depois como o tempo estava tranquilo ainda ficamos conversando e ouvindo as gaivotas (sim, gaivotas no centro de Londres!) na beira do rio. Como se não bastasse tudo que tivemos de bom nesse dia, Londres ainda nos presenteou com uma noite estrelada, coisa raríssima por aqui! Nosso relacionamento e nossas vidas não são perfeitos, mas só temos a agradecer porque tem sido como um bom vinho: mais encorpado e cheio de personalidade a cada ano que passa!

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